A Declinação da Sombra II
Aos mortais curto tempo
dado foi viver.
O telhado ruiu,
a porta a invernia a quebrou.
Tempo dos homens,
rosa de espinhos lacerada,
cruz de restolho e agonia.
Se a vida à memória vem,
é como sombra desavinda,
flor branca e espezinhada,
ou cavalo selvagem:
no furúnculo
da morte já traz imagem.
JCM, A Declinação da Sombra, 1998
1 comentário:
N'"a declinação da sombra" encontro uma interessante declinação do verbo.
Que me apraz e registo (não sei que diria se crítico fosse... Como não sou, digo assim, numa declinação simples).
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