Tempo de touradas
Verão é tempo de touradas. Embora não seja um aficionado encartado, não vá às praças ver corridas de touros, nunca deixei de gostar da Festa Brava, como se diz no Ribatejo. Quando havia apenas a televisão do Estado, as noites de quinta-feira eram dedicadas aos touros. Depois havia a corrida da RTP, sempre com grandes cartéis, como então se dizia e, julgo, ainda diz. A primeira corrida que vi foi na antiga Praça de Touros de Santarém. Na minha memória sobre esse mundo, há nomes como Luís Miguel da Veiga, José Mestre Baptista, Pedro Louceiro, João Branco Núncio, David Ribeiro Telles, há também a rivalidade entre os grupos de forcados de Montemor e de Santarém. Nas lides apeadas, recordo Diamantino Viseu e José Júlio. De Manuel dos Santos a imagem que tenho é mais débil, apesar de ele ter deixado de tourear apenas em 1972.
Como diria Pascal: há razões que a razão desconhece. Não consigo ser contra as touradas, pelo contrário. Contra certos movimentos que afirmam que a corrida de touros não é arte, nem cultura, a minha razão diz-me o contrário: a arte dos toureiros sustenta ainda uma longínqua cultura onde o homem domina a natureza, a besta que há em si e da qual o touro é um mero símbolo. As touradas, contrariamente ao que se pensa, são um combate à violência, a vitória do artificio sobre a força bruta.
Reprodução do quadro “Toros”, de 1933. Autor: Benjamin Palencia, pertença do Museu Reina Sofía.
Como diria Pascal: há razões que a razão desconhece. Não consigo ser contra as touradas, pelo contrário. Contra certos movimentos que afirmam que a corrida de touros não é arte, nem cultura, a minha razão diz-me o contrário: a arte dos toureiros sustenta ainda uma longínqua cultura onde o homem domina a natureza, a besta que há em si e da qual o touro é um mero símbolo. As touradas, contrariamente ao que se pensa, são um combate à violência, a vitória do artificio sobre a força bruta.
Reprodução do quadro “Toros”, de 1933. Autor: Benjamin Palencia, pertença do Museu Reina Sofía.
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