02/08/07

António Arnaut - 2

Eis a natureza da gente que tomou conta do PS. Não é que eu tenha particular afeição pelo termo «camarada», mas não pertenço à congregação. Compreendo a dor de António Arnaut, é uma questão de fidelidade e de autenticidade. De novo, a entrevista à Visão, de 26 de Julho.

O PS do seu tempo está muito calado…

Alguns estão afastados, mas o Alegre, às vezes, levanta a sua voz. Eu ando por aí, na rua, no autocarro, falo com as pessoas. E elas tratam-me à maneira antiga, chamam-me camarada… Você sabe que às vezes ligo para o partido e me tratam por senhor doutor e professor?! Há tempos, irritei-me e disse: «Mas ouça lá, eu não estou a ligar para o PS?! Estou? Então trate-me por camarada!» A telefonista até rejubilou, mas disse-me: «Sabe, eles agora querem ser todos tratados por doutor e professor…»

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Deve ser a execução do plano tecnológico. Não haverá por lá ninguém que queira ser tratado por engenheiro?

1 comentário:

jlf disse...

Então não há-de haver quem queira (exija?) o tratamento por engenheiro?
Lá agora!...
(Fez-me lembrar uma (de algumas) história que se passou comigo há bastantes anos atrás - essa resposta da telefonista)

Ai, a fatuidade!
Ai, a empáfia!
Ai, a falta de nível!
Ai, a falta de senso!

Amen (apetece rematar)

PS: que solidão devem sentir os velhos republicanos e socialistas!...