Tempos difíceis
O Banco de Portugal é sempre generoso. Há dias, depois de toda a gente perceber que a economia portuguesa se ia contrair fortemente, lá veio prever um recuo de 3,5%. Mas o FMI é menos generoso e os seus números são sensivelmente diferentes: 4,1% de queda do PIB e uma taxa de desemprego na ordem dos 11%. O primeiro-ministro, arrancado ao sonho que o sonambulismo do país lhe permitiu, veio dizer que temos de nos preparar para tempos muito difíceis em 2009. Preparar? Mas 1/3 de 2009 já passou. Daqui a "uns" dias é final de ano e uma nova era terá a sua aurora em Janeiro de 2010. A não ser que os tempos difíceis signifiquem que os portugueses, mais uma vez atacados de sonambulismo, se lembrem de dar uma nova maioria absoluta ao engenheiro Sócrates. Sim, isso seriam quatro anos de tempos particularmente difíceis, para os quais nem todo o 2009 chegaria como preparação.
1 comentário:
Já entrámos, não no Inverno do Nosso Descontentamento, mas sim nos anos do nosso descontentamento. Steinbeck inspirou-se na frase de Shakespeare:
"Now is the winter of our discontent made glorious summer by this son [or sun] of York," Shakespeare's Ricardo III.
Contudo, não há à vista nem glorious summer nem nenhum son of York...
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