19/02/07

A demissão de Jardim

O interessante na demissão de Jardim não é tanto a dimensão política do acto, mas a sua natureza psicológica. Do ponto de vista prático, para que serve a demissão do governo regional da Madeira? Imaginemos o mais provável, imaginemos que Jardim ganha com uma maioria mais alargada do que a que tem, ou mesmo com a maior vantagem de sempre. E depois? O governo central mudará a lei? A Madeira receberá os 34 milhões de euros que pretende receber? Se o governo não enlouquecer, nada disso acontecerá. Jardim sabe-o. A sua demissão nada tem a ver com a Madeira, mas é a confissão de uma derrota pessoal, um acto de fragilidade psicológica. Pela primeira vez, Jardim não tem em Lisboa um Governo do PSD cúmplice, ou um governo frágil do PS. O Presidente da República (o tal senhor Silva, nas palavras de Alberto João) também não teve a misericórdia que o líder madeirense pedia. Jardim andou 30 anos a gritar que vinha lá o lobo. Agora que, de facto, o lobo veio, não há quem valha ao líder madeirense. As eleições não passam de uma bravata inútil

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