Noções difíceis e esforço inútil
Todavia, nos nossos dias, vive-se bem sem esses códigos e a sua persistência é que é, pelo contrário, considerada insuportável, ou um entrave às liberdades elementares. Um rapaz, que regressava de umas férias passadas numa comunidade (laica) de jovens, no estrangeiro, respondeu a um jornalista que o que mais lhe agradara fora ter passado um mês sem ter de dizer «obrigado» ou «desculpe». E neste caso os seus pais ainda se devem ter esforçado, sem dúvida, por lhe ensinar essas noções tão difíceis… Muito mais numerosos são os casos dos que julgam já não ser necessário, sequer, um esforço tão inútil. [Philippe Ariès (1977). Prefácio a A Civilidade Pueril, de Erasmo]
Ah, note-se que Ariès estava a escrever nos anos 70 do século passado, na civilizada França.
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