Colapso?
A falta de uns deputados do PSD a uma votação sobre a suspensão do actual modelo de avaliação de professores gerou um coro de protestos e um excelente artigo de António Barreto, no Público de hoje (ler Colapso). Duvido, porém, que a metáfora utilizada, colapso, para caracterizar a situação política portuguesa seja adequada. No termo colapso pensa-se uma queda repentina. Mas não é isso o que se está a passar. Para haver uma queda espectacular seria necessário que aquilo que caísse tivesse subido a uma certa altura e aí se tivesse mantido. Ora, há muito que as instituições, os protagonistas políticos e os valores que regem a ambos são rasteiros. O que assistimos é, assim, a um prolongado desmoronamento das instituições e valores essenciais. É um desmoronamento que não causa emoção, pois todos, há muito, percebemos que tudo se está a dissolver, entregue a actores de terceira e quarta categorias. Não, não é um colapso. É uma queda lenta, previsível e irremediável, que apenas provoca um esgar de irritação e um leve bocejo.
1 comentário:
Eu tenho uma teoria: os deputados do PSD faltaram de propósito.
A guerra da avaliação desgasta a imagem do governo e levará muitos professores a deixar de votar no PS. Ora, se a avaliação fosse suspensa, este clima de guerrilha iria certamente acalmar. E isso, ao PSD, está longe de interessar.
JR
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